“Sommarboken”

June 19, 2016

Ah, minha querida Tove Jansson, escritora finlandesa-sueca, criadora dos meus queridos Mumin Troll (livros para criancas e para os pais das criancas que lêem os livros e adoram mais do que os próprios filhos). Adoro basicamente tudo o que ela escreveu. Adoro o estilo “quirky” (different in a good way), adoro as histórias sobre pessoas ou animais imaginários que se sentem sós, felizes, raivosos, decididos. Esse livro, cujo título pode ser traduzido como “O livro do verão”) é composto por uma série de contos que podem ser lidos como um romance. É sobre Sophia e a avó paterna que passam um verão na casa de veräo deles numa ilha no arquepélago finlandês. O pai de Sophia também está lá, mas sempre trabalhando, sempre em bakground. O interessante é a relacão da menina e da avó, do tempo, da natureza. Mesmo sem entender um monte de palavras com referência a barcos e flores, adorei o ritmo da história, a poesia com que Tove Jansson descreve a menina, a avó e tudo o que há ao redor e dentro delas. AMEI!

Lido em sueco.

Volta e meia me deixo levar por certas resenhas sobre livros que vendem bem, os chamados best sellers. Com pouquíssimas variacões, costumo me arrepender amargamente quando cedo à pressão e, por pura curiosidade, compro um livro que todo mundo leu e achou “o máximo”. Esse é um deles. Primeiro de Linda Olsson que leio. O título é mais ou menos “No crepúsculo canta o melro preto” (“melro preto” ou “koltrasten” é o pássaro oficial da Suécia). Eu sei, eu sei, com um título assim eu já deveria ter adivinhado que seria uma furada, mas às vezes minha curiosidade é mais forte do que eu. O livro é chatíssimo. Conta a história de Elisabeth, Otto e Elias, três vizinhos que entram em contato depois de dificuldades emocionais variadas (tá notando que não tenho nem paciência de descrever, né?). Chato, chato, chato. Dou um coracão porque li até o final.

Lido em sueco.

“Tiggarflickan”

June 8, 2016

Livro da canadense Alice Munro, que ganhou o Nobel em 2013. Esse livro, cujo título original é “Beggarmaid”, foi lancado em 1978 e pode ser visto como um romance, mas também pode ser visto como uma colecão de dez novelas sobre Rose, uma moca de origem humilde de uma cidade pequena no Canadá. Seguimos Rose durante mais ou menos 40 anos, como ela estuda, se casa, se separa, vira mãe e desenvolve uma carreira. Mas o interessante aqui são os personagens e como Alice Munro desenvolve e descreve a vida existencial de Rose, de como ela pensa e reflete sobre a vida e suas relacões. Em pouquíssimas linhas de texto ganha-se uma imagem perfeita dos personagens, do ambiente onde vivem e de como vêem a vida. Sou fã! Mas admito que gosto mais quando é um livro cuja história pode se desenvolver; gosto menos de novelas, apesar de achar Alice Munro fantástica até quando escreve novelas diferentes. Sempre quero mais quando leio Alice Munro. Recomendo!

Lido em sueco.

Classifiquei esse livro da escritora sueca Sara Stridsberg como “Ficcão sueca” mas ele é na verdade uma mistura de ficcão com realidade. Pelo que entendo a história é parcialmente verdadeira, inspirada pela família da escritora. O título entrega: “Beckomberga: ode à minha família” (tem crase? meu português está pior a cada ano de Suécia, desculpem). Beckomberga era o nome de um hospício aberto nos anos 30 fechado no meio da década de 90 em Estocolmo. Stridsberg conta a história de Jim, internado por depressão e outros problemas, e de vários outros “personagens”: Sabina (outra interna), do médico e da enfermeira (ambos aparentemente tão doentes/estranhos quanto os internos) e Olof, o último paciente a deixar Beckomberga e que havia morado lá a vida inteira (mais de 60 anos). A narradora, filha de Jim, conta como passou a frequentar o hospício quando ficou sabendo que o pai havia sido internado. Conta das suas aventuras lá dentro e fora. Da mãe, parcialmente ausente. Fiquei triste quando li o livro. A linguagem é fantástica (Sara Stridsberg, um ano mais nova do que eu, acabou de ser escolhida pra Academia Sueca de Literatura) e só por conta disso vale a pena ler. Mas a história é triste. Lido para o meu círculo de livros.

Lido em sueco.